“A conservação da natureza é uma vocação e uma oportunidade de desenvolvimento para  a região da APA de Guaraqueçaba”. Quem faz esta afirmação é o diretor executivo da SPVS, Clóvis Borges, ao explicar que é possível o desenvolvimento de várias atividades econômicas que não representem ameaças aos ecossistemas desta região que faz parte do maior bloco remanescente da Floresta Atlântica brasileira.

“Em 1992, a SPVS publicou um amplo estudo que propunha um modelo de gestão integrada para a região, tratando dos esforços necessários para a conservação da biodiversidade, entre os quais uma série de proposições de envolvimento das comunidades locais em atividades de geração de renda”, conta o diretor da instituição. “De uma forma geral, mesmo 20 anos depois, esse estudo continua atual porque os desafios e as oportunidades para a APA de Guaraqueçaba são praticamente os mesmos”, atesta Clóvis.

Recentemente, a instituição desenvolveu um projeto a fim de desenvolver iniciativas de geração de renda e emprego, bem como ampliar experiências que já existem — sejam elas desenvolvidas pela SPVS ou por outras instituições. Esse trabalho transformou-se em um projeto, sobre o qual a instituição tem dialogado com o Governo do Paraná, com a prefeitura de Guaraqueçaba e com fontes de financiamento que podem ajudar a viabilizá-lo.

Conforme dados da SPVS, há um bom potencial para criação de postos de trabalho na região de Guaraqueçaba com base nessas atividades. A iniciativa de criação de abelhas nativas e produção de mel pode envolver mais 200 famílias. A cooperativa de ecoturismo tem um potencial de criar 600 empregos diretos e indiretos. E 300 trabalhadores podem ser contratados para trabalhar em reservas particulares, parque nacional e outras unidades de conservação existentes na região.

Segundo a engenheira florestal Liz Buck Silva, que também participa do planejamento e desenvolvimento das atividades de Conservação e Desenvolvimento da SPVS (área da instituição responsável por gerir os projetos junto a comunidades da APA), para transformar esses números em realidade é necessário estabelecer um trabalho contínuo de capacitação, de estruturação de plano de negócios de maneira participativa com os moradores locais, e, principalmente, um fluxo de investimentos para que essas iniciativas tomem corpo e tenham condições de alcançar um status de sustentabilidade financeira. “É uma trama complexa, que precisa ser muito bem arquitetada para envolver as comunidades locais, assim como várias instituições que atuam em favor da região”, explica Liz. “O sucesso dessa estratégia pode provocar uma mudança muito positiva para o desenvolvimento da APA e geração de qualidade de vida. Pode fazer de Guaraqueçaba um modelo para inspirar o crescimento de várias outras regiões que têm esse desafio de desenvolver e, ao mesmo tempo, conservar a natureza”, reflete a engenheira que atua há mais de 10 anos em projetos na região.

Fonte: SPVS.

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